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Sobre o preço do barril de petróleo e os negócios de fusão e aquisição na indústria petrolífera



Historicamente, o preço do barril de petróleo tem sido um dos factores mais determinantes para a criação de valor da indústria petrólífera e de gás natural. Precisamente por esse motivo, muitas das estratégias de fusão e aquisição (M&A) que se revelaram frutíferas nos últimos 15 anos podem  não funcionar na conjuntura atual, onde o preço do barril não tem uma tendência crescente.

É um facto que muitas das indústrias que negoceiam commodities buscam consolidação durante ciclos de baixa económica, os quais se traduzem por contextos em que a oferta excede a procura, os preços caiem e a competição aquece. A indústria do petróleo e gás natural não é exceção. De 1998 a 2000, mais de 25 negócios superiores a mil milhões de dólares foram realizados na América do Norte, incluindo as megafusões da BP-Amoco, Exxon-Mobil, e Chevron-Texaco. No total, estes negócios totalizaram 350 mil milhões de dólares em apenas 2 anos.

Porém, de todos os negócios ocorridos entre 1986 e 1998, apenas os megadeals superaram o seu valor de mercado 5 anos após o anúncio do negócio. Períodos de preços de estáveis convidam a um enfoque em sinergias de custos e escala de produção. 

Contrariamente, durante 1998 e 2014 os preços tenderam a subir, e mais de 60% dos negócios de fusões e aquisições superaram o seu valor de mercado 5 anos. Sem surpresa, o contexto de subida de preços recompensa mais os negócios que o focam o crescimento através da aquisição de ativos existentes ou novos. 

Com os preços novamente em baixa, a conjunta atual situa-se novamente na situação menos fértil para a criação de valor através de aquisições e fusões, o que contraria a referida tendência para a consolidação que existe na campo das commodities.




Fonte: Mergers in a low-oil-price environment: Proceed with caution, McKinsey & Company - May 2016