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Sobre as mortes nos EUA por overdose de fentanil, e a desregulada produção deste opióides na China




Não é suposto que um profissional da área de engenharia química participe em atividade ilícitas relacionadas com a sua especialidade técnica, desde logo porque isso vai contra código deontológico da profissão, independentemente do sistema legal em vigor. Porém, isto pode muito bem estar a acontecer em larga escala na China, através da produção de químicos precursores de drogas pesadas, alimentando por sua vez negócios como o tráfico de drogas.

A este respeito, é notícia os esforços levados a cabo recentemente pela US Drug Enforcement Agency no sentido de conter a proliferação, na China, da produção do composto fentanil e outros opióides relacionados, que depois de produzidos dão entrada nas ruas dos Estado Unidos na forma de drogas traficadas para consumo. A título informativo, o fentanil é um composto 50 a 100 vez mais forte que a morfina, estando recentemente a ser misturado com a heroína com vista a enfraquecê-lo, permitindo o seu uso como droga pesada. Este procedimento tem vindo a causar mortes por overdose em dependentes de heroína que ignoram estar a consumir fentanil. Este compostos está inclusivametne ligado ao falecimento do histórico músico norte-americano Prince.

Fentanil.


Para todos os efeitos, a produção de fentanil é uma atividade legal na China, e o que acaba por acontecer é que a maior parte do fentanil encontrado nas ruas dos EUA para venda a toxicodependenstes provém de produtores chineses que o vendem legalmente a carteis de droga mexicanos ou diretamente a dealers americanos, os quais por sua vez o processam e comercializam.

O principal incoveniente neste problema é a descoordenação existente entre EUA e China. Por um lado, as empresas Chinesas (e o governo chinês) não fazem presentemente qualquer controlo sobre as exportações deste produto, dado que a sua comercialização é legal, e com isso permitem o abastecimento discreto dos interessados na sua compra para tráfico de drogas. Por outro lado, a maior das empresas chineses que comercializam o produto para o mundo através de plataformas online, apresentam não dão-se a conhecer no mercado sob identifidades falsas, mas também servindo-se de moradas de sede social falsas. Por sua vez, os EUA sofrem com o problema por não conseguirem fiscalizar, na fonte, toda esta rede produtiva e comercial.

De acordo com Martin Raithelhuber, um especialista nesta temática, apenas a colaboração conjunta entre EUA e China poderá minimizar o impacto desta atividade.

Fonte: Business Insider, 20/09/2016