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Sobre o pertinente documentário MACHINES, e a problemática precariedade no trabalho, higiene e segurança da indústria têxtil indiana




Enquanto o mundo mais industrializado discute a robotização e a especialização tecnológica, atrelados às suas impactantes consequências para o mercado laboral e para a extinção de postos de trabalho operários a troco de postos de trabalho especializado em número mais reduzido, o mundo que anda no encalço daquele, ainda vive muito de uma indústria altamente operária, dependente de maquinaria antiquada e ineficiente.

É neste contexto que surge o brilhante documentário "Machines", da autoria de Rahul Jain, o qual é apresentado com a seguinte sinopse:


"Ao sul da metrópole indiana de Surat, na província de Gujarat, encontra-se uma vasta zona industrial que vem crescendo desde a década de 1960. O diretor Rahul Jain filmou a rotina diária extenuante em apenas uma das muitas fábricas de têxteis lá existentes. Nessa fábrica, o homem e a máquina parecem ter-se fundido num só ser. Está escuro e húmido, e quase nenhuma luz do dia penetra no espaço. O trabalho é pesado e desinteressante, e os dias de trabalho parecem infinitos. Somos atraídos para um mundo sombrio onde a batida cacofónica de máquinas estabelece o ritmo do trabalho. Jain está tão interessado na misteriosa conexão entre o trabalhador e o produto (os tecidos são tratados mecanicamente, mas também com amor), pois ele está em condições degradantes. Cada turno dura 12 horas, tanto para adultos como para crianças, e os salários são extremamente baixos. Pequenas entrevistas são intercaladas ao longo das sequências de observação, algumas das quais são cativantes em sua beleza, enquanto outros são dolorosas de assistir - como quando vemos um menino balançando a cabeça violentamente em sua luta para ficar acordado."





Esta reflexão interessa naturalmente à engenharia química, aos seus estudantes, profissionais e líderes, porque se um por um lado surge a ameaça futurista da robotização e desemprego das classes operárias, por outro temos o drama de obrigar as classes operárias robotizarem-se e trabalharem como máquinas (explorando-as), com a agravante de negligenciar cuidados pelas condições de higiene e segurança no trabalho.

A resposta para problemas como este passa, numa boa medida, pela engenharia química. Veja-se, a este a respeito, dois casos abordados no BEQ em que inovações ligadas à engenharia química permitiram contributos enormes para a evolução e melhorias deste ramo de atividade.
  1. o caso do tingimento artesanal de peles animais (couro);
  2. o caso do tingimento têxtil com CO₂ supercrítico, e a mudança de paradigma no consumo e tratamento de água nesta indústria;