"Uma análise foi feita pela IChemE aos seus membros, membros associados e graduados no Reino Unido, mostra como os engenheiros químicos do país aplicam seus talentos dentro da indústria:
- 20% estão em administração;
- 23 % em operação e manutenção de plantas de produção;
- 20 % em projeto, instalação e construção de novas instalações (e sua manutenção);
- 22 % em desenvolvimento e pesquisa;
- 2 % em vendas e serviços tecnológicos;
- 3 % em ensino;
- 3% em consultadoria;
- 7 % dedicam-se as outras coisas."
Fonte: New Scientist - 6 dez. 1956 - Pg. 55
* * *
Lusofonia (Portugal e Brasil), 2017:
Não deixa de ser oportuno e curioso comparar os valores acima descritos para a realidade de 1956 no Reino Unido, com aqueles recolhidos pelo BEQ em 2017 junto de alguns dos nossos leitores (Portugal e Brasil) relativamente às atividades/funções profissionais mais gostariam de desempenhar:
- 13 % em investigação científica;
- 20 % engenharia do produto;
- 19 % projeto de engenharia;
- 28 % em controlo de processos;
- 0 % em comércio/venda de produtos químicos;
- 4% em certificação e auditoria;
- 5% em consultadoria;
- 4 % outras atividades.
Assim, volvidos mais de 60 anos, e com as devidas cautelas quanto ao rigor da comparabilidade das matérias, os referidos dados abrem caminho para as seguintes hipóteses (de conclusão):
- O projeto de engenharia aparenta ser uma saída profissional clássica em engª química, já que em 1956 ocupava cerca de 1/5 dos Engºs Químicos e em 2017 mantém a procura/interesse numa proporção semelhante;
- O projeto de engenharia aparenta ser uma saída profissional clássica em engª química, já que em 1956 ocupava cerca de 1/5 dos Engºs Químicos e em 2017 mantém a procura/interesse numa proporção semelhante;
- A operação de unidades de plantas de produção, se entendidas na atualidade sob o título de "controlo de processos", apresenta também uma concordância entre a realidade de 1956 e expectativa em 2017, 20 % vs. 28 %;
- As atividades de consultoria e vendas/comercial aparentam permanecer como um nicho profissional para os engenheiros químicos, quer nas saídas como na expetativas/motivação de emprego;
- É discutível se alguém com formação em engenharia química afirmará, na atualidade, pretender trabalhar em administração/gestão de empresas, mais do que noutras frentes profissionais associadas a este ramo de engenharia. Não quer dizer que não venham a trabalhar em gestão/administração, mas talvez tais caminhos sejam vistos como um desvio à carreira técnica em engenharia química, e portanto possam não ser antecipados como fortes possibilidades profissionais em 2017.
- Alternativamente, o domínio engenharia do produto surje como uma área que suscita particular procura na atualidade, porventura traduzindo o interesse pela inovação e pela materialização dos conhecimentos técnicos em contributos diretos e tangíveis para a indústria e sociedade em geral.