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Sobre a entrada da Portucel no mercado de papel ‘tissue', em Aveiro (Portugal)




"[A Portucel] vai lançar estratégia a dez anos que passa por garantir o crescimento orgânico e por aquisições. O primeiro passo é a entrada no segmento do papel ‘tissue’.

A Portucel está a preparar a entrada no mercado de papel ‘tissue'. Partindo da fábrica de Cacia, em Aveiro, a empresa liderada por Diogo da Silveira quer destronar a Renova e liderar o mercado europeu de lenços de papel, papel de cozinha, papel higiénico e outros, repetindo a liderança já alcançada no mercado de papel não revestido. 

A entrada no segmento de papel ‘tissue' é o ponto de partida de uma estratégia a dez anos que inclui planos de crescimento orgânico e por aquisição, sabe o Diário Económico. Nos últimos meses, a empresa de Queiroz Pereira envolveu consultoras internacionais e bancos de investimento no sentido de encontrar novos investimentos, continuando a considerar Portugal como mercado prioritário.

E os primeiros passos desta estratégia já foram dados, com o anunciado investimento de 56,3 milhões de euros na unidade de Aveiro, que sabe-se agora se destina a converter a fábrica para o segmento de ‘tissue'. O investimento em curso permitirá aumentar a capacidade de produção em cerca de 20%, mas para que a estratégia fique completa será necessário instalar em Cacia uma máquina de produção de papel ‘tissue' de grandes dimensões. O valor do investimento ainda não está fechado, estando actualmente a ser negociado com os produtores de equipamentos. 

A papeleira de Pedro Queiroz Pereira pretende controlar a primeira fábrica no Sul da Europa, e a segunda da Europa, verticalmente integrada, agregando numa mesma unidade a produção de pasta e de papel ‘tissue', à semelhança do que já faz no segmento de papéis não revestidos. 

A Renova, com duas fábricas em Portugal, produz pasta a partir de papéis usados, mas toda a pasta virgem usada na produção é comprada a outros produtores, nomeadamente à Portucel e à Altri. A Portucel não descarta vir a aumentar, no futuro, a capacidade de produção da fábrica de Cacia de pasta para papel ‘tissue', estando essa possibilidade dependente da existência de matéria-prima que permita alimentar aquela unidade. Esta é aliás uma das preocupações da empresa: "Se não houver madeira, não conseguimos investir mais", reconheceu recentemente Diogo da Silveira, apelando ao aumento da produtividade da floresta em Portugal, onde um hectare representa oito metros cúbicos de madeira, enquanto no Brasil a produção chega aos 24 hectares. Assim, se esta questão se vier a verificar, a Portucel poderá vir a instalar mais do que uma máquina para a produção de papel ‘tissue'."

Fonte: Económico